24 novembro 2006

Mensagem

A Caderneta Vermelha


O carteiro estendeu o telegrama. José Roberto não agradeceu e enquanto abria o envelope, uma profunda ruga sulcou-lhe a testa. Uma expressão mais de surpresa do que de dor tomou-lhe conta do rosto. Palavras breves e incisas: "- Seu pai faleceu. Enterro 18 horas. Mamãe;"

Josée Roberto continuou parado, olhando para o vazio. Nenhuma lágrima lhe veio aos olhos nenhum aperto no coração. Nada!

Era como se houvesse morrido um estranho. Por que nada sentia pela morte do velho?
Com um turbilhão de pensamentos confundido-o, avisou a esposa, tomou o ônibus e se foi, vencendo os silenciosos quilômetros de estrada enquanto a cabeça girava a mil.

No íntimo, não queria ir ao funeral e, se estava indo era apenas para que a mãe não ficasse mais amargurada. Ela sabia que pai e filho não se davam bem.

A coisa havia chegado ao final no dia em que, depois de mais uma chuva de acusações, José Roberto havia feito as malas e partido prometendo nunca mais botar os pés naquela casa.

Um emprego razoável, casamento, telefonemas à mãe pelo Natal, Ano Novo ou Páscoa...
Ele havia se desligado da família não pensava no pai e a última coisa na vida que desejava na vida era ser parecido com ele.


O velório: poucas pessoas. A mãe está lá, pálida, gelada, chorosa. Quando reviu o filho, as lágrimas correram silenciosas, foi um abraço de desesperado silêncio. Depois, ele viu o corpo sereno envolto por um lençol de rosas vermelho, como as que o pai gostava de cultivar.

José Roberto não verteu uma única lágrima, o coração não pedia. Era como estar diante de um desconhecido um estranho.

Ele ficou em casa com a mãe até a noite, beijou-a e prometeu que voltaria trazendo netos e esposa para conhecê-la. Agora, ele poderia voltar à casa, porque aquele que não o amava, não estava mais lá para dar-lhe conselhos ácidos nem para criticá-lo.
Na hora da despedida a mãe colocou-lhe algo pequeno e retangular na mão:

"- Há mais tempo você poderia ter recebido isto. Mas, infelizmente só depois que ele se foi eu encontrei entre os guardados mais importantes..."

Foi um gesto mecânico que, minutos depois de começar a viagem, meteu a não no bolso e sentiu o presente. O foco mortiço da luz do bagageiro, revelou uma pequena caderneta de capa vermelha. Abriu-a curioso. Páginas amareladas. Na primeira, no alto, reconheceu a caligrafia firme do pai:

"Nasceu hoje o José Roberto. Quase quatro quilos! O meu primeiro filho, um garotão! Estou orgulhoso de ser o pai daquele que será a minha continuação na Terra!".

À medida que folheava, devorando cada anotação, sentia um aperto na boca do estomago, mistura de dor e perplexidade, pois as imagens do passado ressurgiram firmes e atrevidas como se acabassem de acontecer:

"Hoje, meu filho foi para escola. Está um homenzinho! Quando eu vi ele de uniforme, fiquei
emocionado e desejei-lhe um futuro cheio de sabedoria. A vida dele será diferente da minha, que não pude estudar por ter sido obrigado a ajudar meu pai. Mas para meu filho desejo o melhor. Não permitirei que a vida o castigue".

- "Roberto me pediu uma bicicleta, meu salário não dá, mas ele merece porque é estudioso e esforçado. Fiz um empréstimo que espero pagar com horas extras".

José Roberto mordeu os lábios. Lembrava-se da sua intolerância, das brigas feitas para ganhar a sonhada bicicleta. Se todos os amigos ricos tinham uma, por que ele também não poderia
ter a sua?

"É duro para um pai castigar um filho e bem sei que ele poderá me odiar por isso; entretanto, devo educá-lo para seu próprio bem. Foi assim que aprendi a ser um homem honrado e esse é o único modo que sei de ensiná-lo".

José Roberto fechou os olhos e viu toda a cena quando por causa de uma bebedeira, tinha ido para a cadeia e naquela noite, se o pai não tivesse aparecido para impedi-lo de ir ao baile com os amigos... Lembrava-se apenas do automóvel retorcido e manchado de sangue que tinha batido contra uma árvore... Parecia ouvir sinos, o choro da cidade inteira enquanto quatro caixões seguiam lugubremente para o cemitério.

As páginas se sucediam com ora curtas, ora longas anotações, cheias das respostas que revelam o quanto, em silêncio e amargura, o pai o havia amado. O "velho" escrevia de madrugada. Momento da solidão, num grito de silêncio, porque era desse jeito que ele era,
ninguém o havia ensinado a chorar e a dividir suas dores, o mundo esperava que fosse durão
para que não o julgassem nem fraco e nem covarde. E, no entanto, agora José Roberto estava tendo a prova que, debaixo daquela fachada de fortaleza havia um coração tão terno e cheio de amor.

A última página. Aquela do dia em que ele havia partido:

"Deus, o que fiz de errado para meu filho me odiar tanto? Por que sou considerado culpado,
se nada fiz, senão tentar transformá-lo em um homem de bem?
Meu Deus, não permita que esta injustiça me atormente para sempre. Que um dia ele possa me compreender e perdoar por eu não ter sabido ser o pai que ele merecia ter."

Depois não havia mais anotações e as folhas em branco davam a idéia de que o pai tinha morrido naquele momento,

José Roberto fechou depressa a caderneta, o peito doía. O coração parecia haver crescido tanto, que lutava para escapar pela boca. Nem viu o ônibus entrar na rodoviária, levantou aflito e saiu quase correndo porque precisava de ar puro para respirar. A aurora rompia no céu e mais um dia começava.

"Honre seu pai para que os dias de sua velhice sejam tranqüilos!" - certa vez ele tinha ouvido essa frase e jamais havia refletido o na profundidade que ela continha. Em sua egocêntrica cegueira de adolescente, jamais havia parado para pensar em verdades mais profundas. Para ele, os pais eram descartáveis e sem valor como as embalagens que são atiradas ao lixo. Afinal, naqueles dias de pouca reflexão tudo era juventude, saúde, beleza, musica, cor, alegria, despreocupação, vaidade.

Agora, porém, o tempo o havia envelhecido, fatigado e também tornado pai aquele falso herói. De repente... No jogo da vida, ele era o pai e seus atuais contestadores. Como não havia pensado nisso antes? Certamente por não ter tempo, pois andava muito ocupado com os negócios, a luta pela sobrevivência, a sede de passar fins de semana longe da cidade grande, a vontade de mergulhar no silêncio sem precisar dialogar com os filhos.

Ele jamais tivera a idéia de comprar uma cadernetinha de capa vermelha para anotar uma frase sobre seus herdeiros, jamais lhe havia passado pela cabeça escrever que tinha orgulho daqueles que continuam o seu nome. Justamente ele, que se considerava o mais completo pai da Terra?

Uma onda de vergonha quase o prostrou por terra numa derradeira lição de humildade. Quis gritar, erguer procurando agarrar o velho para sacudi-lo e abraçá-lo, encontrou apenas o vazio.

Havia uma raquítica rosa vermelha num galho no jardim de uma casa, o sol acabava de nascer. Então, José Roberto acariciou as pétalas e lembrou-se da mãozona do pai podando, adubando e cuidando com amor. Por que nunca tinha percebido tudo aquilo antes?

Uma lágrima brotou como o orvalho, e erguendo os olhos para o céu dourado, de repente, sorriu e desabafou-se numa confissão aliviadora: -"Se Deus me mandasse escolher, eu juro que não queria ter tido outro pai que não fosse você velho! Obrigado por tanto amor, e me perdoe por haver sido tão cego."

Versículo do Dia

“Se você disser com a sua boca: "Jesus é Senhor” e no seu coração crer que Deus ressuscitou Jesus, você será salvo. Porque nós cremos com o coração e somos aceitos por Deus; falamos com a boca e assim somos salvos”.

Romanos 10:9-10

Curiosidades Bíblicas

Que falso profeta lutou contra um profeta de Deus e morreu naquele mesmo ano por sua rebeldia contra o Senhor?

Hananias.
Jeremias 28:15-17.

Reflexões

O Grão de Trigo Precisa Morrer para Dar Fruto


“Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.”
(João 12:24)

Vá ao antigo Campo Santo de Northampton, Massachussets, e visite o túmulo de David Brainerd; a seu lado está o de Jerusha Edwards, que ele amou, mas não chegou a desposar.
Quantas esperanças e expectações pela causa de Cristo desceram para o túmulo com a forma desgastada do jovem missionário.


E nada ficava, senão a lembrança querida e um punhado de índios convertidos! Mas o valoroso santo puritano, Jonathan Edwards, pai de Jerusha, que havia esperado ter o jovem como filho, juntou num pequeno livro as memórias de Brainerd.

E o livro criou asas e voou além dos mares, e iluminou a mesa de estudos de um estudante de Cambridge: Henry Martin. Pobre Martin! Por que haveria ele de jogar a vida assim, com todo o seu estudo, talento e oportunidades?

O que havia ele realizado, quando regressava das costas de coral da Índia? Quando, com a saúde arruinada, só conseguiu arrastar-se até o sombrio caravançará nas proximidades do mar Negro, em Tocat – onde rastejava sob os arreios empilhados, para de encontro à terra refrescar-se da febre escaldante – e ali morrer só?

Para que esse desperdício?... Da sepultura de Brainerd que morreu tão jovem e do túmulo isolado de Martin, brotou o nobre exército dos missionários de hoje.


Fonte: Livro Mananciais do Deserto - Edição do Milênio - Lettie Cowman

Edificação

Fofoca


"E, além disto, aprendem também a ser ociosas, andando de casa em casa; e não somente ociosas, mas também faladeiras e intrigantes, falando o que não convém”.
(1º Timóteo 5:13).


Eu sou mais mortal que uma bala de canhão. Eu derrubo casas, quebro corações, afundo vidas. Eu viajo nas asas do vento. Nenhuma inocência é forte suficiente para me intimidar, nenhuma pureza é completa para me amedrontar.

Eu não tenho nenhuma consideração pela verdade, nenhum respeito pela justiça, nenhuma clemência para com o indefeso. Minhas vítimas são tão numerosas quanto as areias do mar e,
muitas vezes, inocentes. Eu nunca esqueço e raramente perdôo. Meu nome é Fofoca. (Morgan Blake)

O vício de falar do próximo, tecer comentários desairosos sobre as pessoas que conhecemos semear discórdia e provocar dissensões em geral é uma das armas mais destruidoras no mundo em que vivemos. Ele tanto faz mal à pessoa de quem falamos como a nós mesmos. Na realidade, ao dar lugar à fofoca, estamos nos sujeitando às chuvas de maldição sobre a cabeça.

A nossa boca, como filhos do Deus de amor, deve ser usada para abençoar, edificar, consolar, e, em muitas situações, para orar por aqueles a quem amamos e a quem desejamos ver livres do pecado e da perdição. Não temos o direito de acusar, de censurar, de tecer juízos pessoais.

Quem julga é Deus e quem acusa é o diabo. Nós fomos chamados e somos separados para proclamar a Palavra de Deus e para repartir todo o bem que recebemos do Senhor ao abrir o coração para Ele. Jesus veio para nos trazer vida com abundância e deseja que o nosso viver e o nosso falar ofereça também momentos de paz e alegria a todos que estão ao nosso redor.

Somos discípulos do Senhor e, por isso, devemos agir de maneira que engrandeça e glorifique o Seu nome. Você tem o hábito de falar mal das pessoas? Peça a Jesus que o modifique e que de sua boca saia apenas palavras de bênçãos para todos.


Fonte: Ministério Para Refletir! - Pastor Paulo Roberto Barbosa

Notícias

Banda Kadoshi encerra Encontro Gospel de Campo Grande

A banda Kadoshi e Coral se apresenta neste sábado durante o encerramento do Encontro de Bandas Gospel de Campo Grande. A apresentação está prevista para às 18 horas, na Praça do Rádio Clube.

De acordo com o site da prefeitura municipal, o projeto envolve igrejas, líderes comunitários e bandas evangélicas com a finalidade de abrir espaço para manifestação musical gospel. A iniciativa é da Fundac (Fundação Municipal de Cultura).

Com essa proposta, a Kadoshi e Coral vai apresentar seus maiores sucessos musicais, cujo principal objetivo é o louvor a Deus. Os componentes da banda Josias (contra-baixo), Josué (guitarra solo e trompete) e Eliseu (guitarra base) prometem uma noite com o melhor do gospel para os campo-grandenses.


Fonte: Campo Grande News (Campo Grande, MS)